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O Programa de Inovação e Melhoria da Qualidade da Educação - PIMQUE é um programa voltado para o desenvolvimento de um modelo de gestão e de políticas públicas, pautado em programas, projetos, atividades e ações com vistas à Inovação e Melhoria da Qualidade da Gestão Pública, tomando como base as pesquisas, no campo das Ações Afirmativas e Relações Étnico-raciais. Dentre os principais objetivos deste programa está o de “ criar um nova cultura educacional, considerandoa a Lei 10.639/03, seu parecer e suas diretrizes curriculares. Dessa forma, é uma mudança na forma de pensar a educaçãoo. O Alcance deste objetivo prevê a participação de toda a comunidade escolar. Deste modo ao mobilizar, empoderaar e formar lideranças, esperamos dar os primeiros passos para uma participação de qualidade na gestão. Assim, cada grupo de atores requer uma mobilização específica.Então, o CEDIC, dando continuidade ao PIMQUE espera mobilizar os estudantes sanfranciscanos para uma formação critica, com autonomia e autoria, reflexividade e protagonismo.

A Jornada Estudantil e o PIMQUE

PIMQUE - Programa de Inovação e Melhoria da Qualidade da Educação


A Mobilização estudantil como estratégia pedagógica é quantidade, mas também é qualidade. Juntar muita gente é fundamental para gerar mudanças sociais, modificar praticas pedagógicas dos professores, mudar comportamentos dos estudantes, mudar a escola. Com bastante gente a mobilização fica mais sólida e consistente. Um dos papéis da mobilização estudantil é fazer com que muito estudantes participem. Mas ao mesmo tempo, devemos considerar que “fazer parte” não é o mesmo que “tomar parte”. E que “ser parte”, por sua vez, representa um tipo de envolvimento ainda mais profundo.  A participação é estratégica para a consolidação de uma cultura de participação na sala de aula, na gestão escolar e pedagógica e no processo de aprendizagem do estudante sanfranciscano.

Assim, a prova de fogo da mobilização não é só quantos estudantes participam, mas também como elas estão envolvidos. Às vezes um grupo pequeno, mas com pessoas altamente comprometidas, é muito mais eficiente na mobilização do resto do grupo do que outro com centenas de desinteressados.

 Mobilização estudantil é reivindicação, mas também é projeto de escola, é projeto político e pedagógico, é vontade de participar das decisões e do destino da escola, do sistema municipal de educação e de minha formação educacional e profissional. È também um exercício de cidadania, em muitos sentidos pouco presente nas camadas populares e nos grupos excluídos, que deve ser amplamente incentivado e valorizado num processo de mobilização.

No entanto, apesar de serem fundamentais, as reivindicações por si só, não sustentam um processo efetivo de mudança, se não tiver a solidariedade e participação da família, dos funcionários, dos professores e da administração. É por isso, que a mobilização de toda a comunidade escolar está articulada na mobilização estudantil. É fundamental que além de reinvidicações, a mobilização construa planos de trabalho, um planejamento estratégico e um plano plurianual, para que as metas de curto, médio e longo prazo, e todo processo de mobilização seja pautado também pelo alcance de objetivos articulados na política municipal de educação e no seu projeto pedagógico. Assim, pela construção de um projeto de futuro para a escola, para a gestão e para as praticas em sala de aula.

Mobilização é paixão, mas também é razão. O educador colombiano Bernardo Toro costuma dizer que mobilizar é “convocar vontades”. É neste sentido que no PIMQUE, participar de um processo de mobilização estudantil é um ato de desejo de mudança, de paixão, de motivação, de dinamismo e de entusiasmo. Sem dúvida, deve haver um vínculo emocional e em certo ponto até afetivo dos estudantes com o movimento, seus participantes e sua causa.

Mas o próprio Toro alerta para o fato de que a mobilização é também um ato de razão, na medida em que consciências, e não somente vontades, devem ser mobilizadas. Sentir que a participação é importante no processo educacional, no processo de aprendizagem e na gestão escolar e do sistema municipal de educação é fundamental. Mas é necessário que a comunidade escolar, e principalmente os estudantes, saibam também porque o Grêmio estudantil é importante neste novo momento em São Francisco do Conde.

Mobilização é articulação, mas também é comunicação. Um Grêmio pode distribuir panfletos, lutar por direitos dos estudantes, realizar eventos, fazer reinvidicações, produzir cartazes, etc. Esses são sem dúvida elementos imprescindíveis a um processo de mobilização. A mobilização estudantil, no entanto, não se resume a informar, nem a propaganda ou divulgação e realização de eventos. A mobilização dos grêmios pode ser importante na articulação com os estudantes na preservação do patrimônio escolar.  No entanto a mobilização exige também ações de comunicação em seu sentido mais amplo, através das relações interpessoais, do diálogo e do bate papo. Desta forma o Grêmio é um espaço estratégico de reeducação das relações, quer sejam étnico-raciais e/ou de combate à intolerância religiosa, a homofobia, etc. Pois, é no dia a dia, no corpo a corpo, que a comunidade escolar é mobilizada para as mudanças necessárias.

É preciso considerar, no entanto, que nem todos os estudantes dispostos a contribuir e participar de um processo de mudança está disposto a tomar atitudes coletivas e correr esses riscos de expor suas idéias. Por isso, um processo de mobilização estudantil e principalmente no PIMQUE se sustenta pela estratégia de contemplar os diferentes grupos e tribos do universo escolar, articuladas em um Núcleo de Práticas e Ações Afirmativas, com coordenações e uma ampla articulação com a diversidade dos estudantes. Só assim as mudanças serão efetivamente asseguradas a longo prazo.

São Francisco do Conde passa por um momento de mudança em que um dos principais desafios é justamente a criação de uma cultura de participação, o empoderamento, a irradiação e a convergência.

Todos nós somos sujeitos da história, e não meros espectadores. Como já dizia Paulo Freire na década de 60, “o homem é, por natureza, um ser eminentemente transformador. Não é a acomodação, e sim a capacidade de transformar a realidade que caracteriza o modo de ser do homem no mundo”. Assim, empoderar no processo de mobilização do PIMQUE, significa dar vigor a essa chama, essa energia que a história e as circunstâncias às vezes conseguem enfraquecer. O empoderamento, portanto, é a base de todo processo de mobilização estudantil. Empoderar significa promover a iniciativa e a participação dos estudantes. Significa tirar das mãos de poucos e colocar nas mãos de muitos o poder de decidir os rumos dos processos educacionais em nosso município.

A Irradiação

Na irradiação, a raiz da palavra empoderamento vem do latim potere, que significa “energia”. Portanto, quando falamos de empoderamento, no sentido de desconcentrar o poder de decisão, estamos falando em desconcentrar energia.

Num processo de mobilização, essa idéia é fundamental. O movimento precisa se espalhar, irradiar por toda a comunidade escolar e toda a sociedade sanfranciscana. E irradiar significa pelo menos 3 coisas:

a) Abrangência quantitativa, ou seja, que cada vez mais estudantes desperte para o exercício da participação nos Núcleo de Práticas e Ações Afirmativas, em seus respectivos Grêmios.

b) Pluralidade, ou seja, que não basta só ter muitos estudantes. É preciso que o movimento se espalhe envolvendo toda a comunidade escolar e todas as tribos e grupos das escolas. Afinal, a sociedade é formada por pessoas diferentes. E os problemas educacionais, que são de todos, devem ser resolvidos por todos. Assim, o apoio e a solidariedade de todos os setores sociais à mobilização estudantil e aos grêmios (poder público, sociedade civil e setor privado), de crianças, jovens e adultos, de mulheres, homosexuais e heterosexuais, negros, brancos, religiosos, os movimentos sociais e negros e gente de todas as etnias tende a enriquecer e dar mais efetividade ao movimento em nossa cidade

c) Organização social, ou seja, que à medida que cada vez mais e diferentes grupos de estudantes aderem ao movimento, o tecido estratégico do Núcleos de Práticas e Ações Afirmativas que vai se formando no Grêmio deve ficar cada vez mais resistente e forte. Assim a criação de redes, fóruns e coordenações contribui cada vez mais para a irradiação das concepções pedagógicas da mobilização estudantil e as dimensões da modernização e democratização da gestão do sistema municipal de educação em São Francisco do Conde.

A convergência

Ter muitos e diferentes estudantes altamente engajadas participando de um movimento é muito importante. Mas também pode ser um problema se cada um ficar puxando para o seu lado, defendo interesses próprios, não compreendendo e simplificando a estratégia educacional, que envolve dimensões pedagógicas, de geração de renda e formação profissional, já que o Núcleo de Práticas e Ações Afirmativas amplia e complexifica a instituição Grêmio em São Francisco do Conde.

Assim, à luz do paradigma ampliado que discutimos, coerentes com o fundamento teórico-metodologico do PIMQUE e entendendo os elementos da gestão do sistema municipal de educação, podemos dizer que:

A Mobilização estudantil no PIMQUE e no JEEG é um processo educativo que promove a participação (empoderamento) de muitas e diferentes formas de ser estudante (irradiação) em torno de um propósito e um projeto político pedagógico comum (convergência).